O que vale para Francisco, nem sempre vale para Chico.
O ex-presidente Lula e sua esposa, dona Marisa Letícia, estão sendo acusados pelo promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, de ocultação de patrimônio, na investigação sobre um apartamento tríplex no edifício Solaris, em Guarujá, São Paulo. A empreiteira OAS, que assumiu a construção do empreendimento e entregou as chaves do imóvel, é um dos principais alvos da Operação Lava-Jato.
Claro que Lula nega ser dono do imóvel, embora em 2010 tenha admitido ao O Globo, através de sua assessoria de imprensa, que é proprietário do apartamento. Obviamente que o ex-presidente hoje acusa a assessoria de ter cometido um ‘equivoco’ ao passar essa informação ao jornal.
Mas além desse entrevero, o interessante é a reação do ex-presidente, por meio de seus advogados e de parlamentares do PT.
Querem a cabeça do promotor de Justiça que acusa Lula.
A defesa do ex-presidente deverá fazer uma reclamação disciplinar contra o promotor Conserino junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão que fiscaliza desvios de comportamento de funcionários. A acusação contra o membro do MP é de “ter antecipado juízos de valor antes de concluir o procedimento investigatório”.
Para o advogado e deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), o promotor deve ser punido, podendo até perder o cargo.
Outro aliado de Lula, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o promotor e todos aqueles que se comportarem dessa maneira contra Lula ou integrantes do PT devem ser processados, e chamou Conserino de "irresponsável".
O promotor reagiu.
Em nota divulgada ontem, Conserino se justifica: “Informar a sociedade sobre uma investigação de evidente interesse público, por meio de uma imprensa livre, não me parece violar a lei, especialmente porque o sigilo da investigação foi baixado”.
Pois, então.
Quem viu, e quem vê Lula hoje.
Caso essa atitude tivesse sido tomada por algum opositor do ex-presidente e do PT, Lula e petistas já teriam caído de pau em defesa do promotor, do estado democrático de direito, da liberdade de expressão, da soberania do Ministério Público, da imprensa livre, e por aí vai, como sempre foi quando o jogo era invertido.
De todo modo, o que deve caber nesse emaranhado de contradições e incoerências políticas, é o peso da acusação a Lula e sua esposa, dona Marisa.
Afinal, o que danado se esconde atrás do imóvel da OAS, lá na praia de Guarujá, litoral paulista, que tanto enfurece Lula e o PT quando mencionado? É de Lula, ou não? Foi comprado, ou foi presente?
Não é constrangendo o Ministério Público que Lula se safará da acusação.
Para isso, só tem que apresentar provas que nada tem a ver com o imóvel ou com alguma ilicitude que envolva uma possível negociação com a OAS.
Ou tem?
(Com informações de O Globo)
26 Jan 2016

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