A Polícia Federal deflagrou, na
manhã desta terça-feira, 5, a segunda fase da Operação Nota Zero para
investigar desvio de verbas e crimes contra a administração pública por parte
de servidores da Prefeitura Municipal de Itamari, no sul do estado. Segundo
publicou o Jornal A Tarde, estão sendo cumpridos 15 mandados de condução
coercitiva, um mandado de busca e apreensão e quatro mandados de medidas
cautelares diversas da prisão nas cidades de Jequié e Itamari. Dentre as
medidas estão o afastamento das funções públicas e proibição de acessar
repartições públicas municipais do prefeito de Itamari, Valter Andrade Júnior,
da primeira dama, da secretária de Educação e do procurador do município. Além
disso, diversos servidores públicos da área de educação estão sendo conduzidos
para prestar esclarecimentos sobre as inconsistências detectadas.
Esquema
Um inquérito policial foi
instaurado para apurar irregularidades identificadas na aplicação de recursos
oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Conforme a PF, no ano de 2013,
o Ministério da Educação (MEC) fez repasses de R$ 4.217.603,07 ao município,
dinheiro que deveria custear as atividades da rede escolar municipal. Porém,
verificou-se que não houve o cumprimento dos dias letivos mínimos estabelecidos
pelo MEC e os documentos foram forjados para comprovar, falsamente, a execução
de toda a carga horária. Na primeira etapa da operação, a Polícia Federal
apreendeu provas e documentos que comprovam as práticas ilícitas, o que motivou
as novas medidas para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Os
investigados irão responder pela prática dos crimes previstos no Art. 1º, III e
XIV do Decreto-Lei 201/67 (crime de responsabilidade dos prefeitos), Art. 288
(associação criminosa), Art. 297 (falsificação de documento público), Art. 304
(uso de documento falso), Art. 314 (extravio, sonegação ou inutilização de
livro ou documento) e Art. 344 (coação no curso do processo) do Código Penal
Brasileiro. As penas, se somadas, podem chegar a 20 anos de reclusão.
*Informações do A Tarde
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