O próximo secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou hoje (16) em Madri
que espera "encontrar formas de manter a cooperação" com a nova
administração dos Estados Unidos, "um parceiro fundamental do sistema das
Nações Unidas".
"É muito cedo para fazer
quaisquer previsões", disse o antigo primeiro-ministro português aos jornalistas,
lembrando que "ainda não é secretário-geral e não falou diretamente"
com o presidente eleito norte-americano.
Donald Trump prometeu rever as
contribuições do país para a ONU e abandonar o Acordo de Paris sobre o clima.
"O secretário-geral Ban Ki-moon
vai ter, em breve, uma reunião" com Trump, acrescentou Guterres,
destacando que "a transmissão de poderes entre secretários-gerais será
seguramente harmoniosa".
"Estou me preparando para o
exercício das funções" de secretário-geral da ONU, um cargo que exige uma
"atitude de diálogo efetivo e muito positivo com todos os
Estados-membros", disse.
Nesta viagem à Espanha, que
assume a presidência mensal do Conselho de Segurança da ONU em dezembro,
Guterres lembrou a importância da contribuição espanhola para as Nações Unidas
e o forte empenho no multilateralismo.
Ao final da entrevista, o futuro
secretário vai receber o título de doutor Honoris Causa da Universidade
Europeia de Madri pela forma como liderou durante dez anos o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). O título é "em
reconhecimento pelo apoio às pessoas apátridas e por salvaguardar os direitos
daqueles que se vêm obrigados a deixar o seu país em consequência de guerras,
revoluções e perseguições políticas".
António Guterres presta juramento
sobre a Carta das Nações Unidas em uma cerimônia pública em Nova York, no dia
12 de dezembro, perante representantes dos 192 Estados-membros.
O mandato de cinco anos de
Guterres começa em 1º de janeiro. Informações agenciabrasil
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