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Alta nos combustíveis puxou a inflação no mês Marcelo
Camargo/Agência Brasil
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A inflação medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de setembro com
variação de 0,16%, abaixo dos 0,19% de agosto. Nos primeiros nove meses do ano,
o índice acumula variação de 1,78%, bem abaixo dos 5,51% registrados em igual
período de 2016. Esta é a menor taxa acumulada setembro desde 1998, quando
registrou-se 1,42%.
O IPCA, inflação oficial do país,
foi divulgado hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O índice apresentou alta acumulada nos últimos 12 meses de 2,54%,
resultado superior aos 2,46% registrados nos 12 meses anteriores. No entanto, o
índice está bem abaixo da meta fixada pelo Banco Central, de 4,5%. Em setembro
de 2016, o IPCA havia registrado variação de 0,08% no mês.
Em setembro, dos nove grupos de
produtos e serviços pesquisados, somente alimentação e bebidas (-0,41%) e
habitação (-0,12%) apresentaram deflação. Nos grupos com alta de preços
destacam-se transportes, com 0,79% de variação.
Combustíveis evitam queda maior
A alta dos combustíveis, de 1,91%
no mês, impediram uma queda ainda maior no IPCA de setembro. O litro da
gasolina subiu 2,22% em relação ao mês anterior. A subida é decorrente da nova
política de reajuste de preços dos combustíveis, quase que diário, implementado
pela Petrobras nos últimos meses. A empresa tem acompanhando a
volatilidade dos preços no mercado externo.
A alta dos combustíveis puxou a
inflação de 0,79% no grupo transportes, que impactou o índice do mês em 0,1
ponto percentual. As passagens aéreas, com 0,07ponto percentual de impacto no
índice, também apresentaram alta significativa entre agosto e setembro: 21,9%.
Alimentação em queda
A avaliação do IBGE é de que a
safra recorde verificada no primeiro semestre do ano vem sendo determinante
para a queda nos preços dos alimentos. Com deflação de 0,41%, de agosto para
setembro, o grupo registrou queda pelo quinto mês consecutivo, embora neste mês
tenha sido menos intensa que a registrada em agosto (-1,07%).
Os alimentos para consumo em casa
passaram de -1,84% em agosto para -0,74% em setembro, sob influência de itens
importantes no consumo das famílias como as carnes (que passaram de -1,75% em
agosto para 1,25% em setembro) e as frutas (de -2,57% em agosto para 1,74% em
setembro).
Por outro lado, vieram em queda o
tomate (-11,01%), o alho (-10,42%), o feijão-carioca (-9,43%), a batata-inglesa
(-8,06%) e o leite longa vida (-3,00%). Já a alimentação fora de casa teve alta
de 0,18%.
Já em habitação, o único outro
grupo com baixa além de alimentação e bebidas, a deflação de 0,12% foi motivada
pela conta de energia elétrica, em média 2,48% mais barata. O motivo da baixa
de bandeira tarifária, que passou da vermelha, em agosto (adicional de R$ 0,03
a cada Kilowatt-hora consumido), para a amarela, a partir de 1º de setembro,
com pagamento de mais R$ 0,02 a por Kwh consumido.
Ainda no grupo habitação, se
destacaram as variações no gás de botijão (4,81%) e na taxa de água e esgoto
(0,28%). No primeiro, há o reflexo do reajuste de 12,20%, em média, no preço do
gás de cozinha vendido em botijões de 13kg, em vigor desde 6 de setembro.
Resultado por região
Entre as 13 regiões pesquisadas
pelo IBGE, sete apresentaram taxas de inflação superior à média nacional de
0,16%. A maior alta do país foi registrada na Região Metropolitana de Vitória,
com 0,54% de elevação, índice superior ao IPCA do mês em 0,38 ponto percentual.
Também fecharam com taxas maiores
do que a média nacional Belém e Campo Grande, ambas com 0,33%; Salvador e Belo
Horizonte, ambas com 0,24%; Brasília (0,22%) e São Paulo (0,19%).
A Região Metropolitana de
Fortaleza fechou com inflação de 0,16%, igual, portanto à média nacional, e
outras cinco fecharam setembro com taxas abaixo da média: Curitiba (0,14%), Rio
de Janeiro (0,13%), Porto Alegre (0,07%), Goiânia (0,04%) e a Região
Metropolitana de Recife, a única a fechar com deflação (-0,26%).
O IPCA é calculado pelo IBGE
desde 1980, se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e
abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia,
Campo Grande e de Brasília.
*Matéria: Agência Brasil
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